sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Revisão de textos: desvios comuns encontrados nos textos acadêmicos

Preliminarmente eu diria que a noção de erro é contestada pela sociolinguística capitaneada por Marcos Bagno, sendo usada a expressão desvio da norma. Que na escrita, especial na escrita de teses a norma culta é regra e por isso os desvios devem ser evitados. Que o segredo da boa escrita é a quantidade de leitura. Que para conhecer e identificar o que é um desvio da norma é preciso conhecimento de disciplinas ministradas nos cursos de Letras.

Dito isso, os desvios:

A quebra da regra de acentuação da proparoxítona é um desvio bastante comum.

A inobservância à concordância nominal e verbal é recorrente.

O uso inadequado dos demonstrativos também ocorre bastante.

Entre o pessoal do nível de especialização (pós, mestrado e doutorado) acontece uma hipercorreção, que é quando quem escreve corrige duplamente, digamos assim, incorrendo em erro (ao aplicar uma correção sobre a correção que se imagina ser a correta, acaba errando). Na hipercorreção é possível identificar que o estudante teve acesso à norma culta, mas não a incorporou completamente. Algumas vezes indica [a hipercorreção] a mudança de estrato social, em que pessoas de classe mais humilde em sua naturalidade não utilizariam a norma culta no cotidiano, gerando momentos de hipercorreção na fala e na escrita. A hipercorreção é estudada em sociolinguística [disciplina do curso de letras].

Uso indiscriminado do corretor do Word (processador de texto da Microsoft). [[O corretor ortográfico do word não é um professor de português, não lê e compreende o que está sendo dito para oferecer a correção acertada. Funciona por padrões de oração.]] É um bom recurso, mas deve ser usado com critério.

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