Preliminarmente eu diria que a noção de erro é contestada pela
sociolinguística capitaneada por Marcos Bagno, sendo usada a expressão desvio
da norma. Que na escrita, especial na redação de teses, a norma culta é regra e
por isso os desvios devem ser evitados. Que o segredo da boa escrita é a
quantidade de leitura. Que para conhecer e identificar o que é um desvio da
norma é preciso conhecimento de disciplinas ministradas nos cursos de Letras.
Dito isso, os desvios:
A quebra da regra de acentuação da proparoxítona é um desvio bastante
comum.
A inobservância à concordância nominal e verbal é recorrente.
O uso inadequado dos demonstrativos também ocorre bastante.
Entre o pessoal do nível de especialização (pós, mestrado e
doutorado) acontece uma hipercorreção, que é quando quem escreve
corrige duplamente, digamos assim, incorrendo em erro (ao aplicar uma correção
sobre o que está correto, acaba errando). Na hipercorreção
é possível identificar que o estudante teve acesso à norma culta, mas não a
incorporou completamente. Algumas vezes indica [a hipercorreção] a mudança de
estrato social, em que pessoas de classe mais humilde em sua naturalidade não
utilizariam a norma culta no cotidiano, gerando momentos de hipercorreção na
fala e na escrita. A hipercorreção é estudada em sociolinguística [disciplina
do curso de letras].
Uso indiscriminado do corretor do Word (processador de texto da
Microsoft). [[O corretor ortográfico do word não é um professor de português,
não lê e compreende o que está sendo dito para oferecer a correção acertada.
Funciona por padrões de oração.]] É um bom recurso, mas deve ser usado com
critério.
Nenhum comentário:
Postar um comentário